terça-feira, 23 de agosto de 2011

A bola é feminino !!!




Como enrolei pra falar sobre essa histøria de mulher no futebol... Talvez porque sou uma delas e como muitas, senti desde pequena a necessidade de entender e viver nesse mundo redondo de bola e chuteira, mas sempre querendo ao mesmo tempo as unhas coloridas e aquele vestidinho que eu via na vitrine da loja bacana...

A coisa viril do futebol vem sempre com aquele jargão horroso que diz que "futebol é coisa para macho" e teve até ex-técnico de futebol dando declarações sobre assunto da seguinte forma : "Imagina, o cara tem um filho, aí o filho arranja uma namorada, apresenta a namorada ao sogro e o sogro pergunta a ela: 'O que você faz, minha filha?' E a mocinha responde: 'Sou zagueira do Bangu'. Quer dizer, não pega bem, não é?"(João Saldanha).

Mesmo as mais recentes tentativas oficiais de incentivo ao futebol feminino no Brasil escorregam no machismo característico de nossa cultura, pois condicionam seu sucesso a "ações que enalteçam a beleza e a sensualidade da jogadora para atrair o público masculino". Ou seja, calções minúsculos, maquiagem e longos cabelos, presos em rabos-de-cavalo.

Partindo disso, não nos surpreende que o futebol feminino, seja um tema praticamente inexistente quando se fala sobre a trajetória do chamado "esporte bretão" em nosso país.

Eu não quero me ater a fotos históricos e nem quero passar aqui uma impressão de que necessitamos de um espaço igual ao espaço masculino predominante. Só quero olhar pra essas meninas que batalham no dia à dia pra jogar, escrever ou trabalhar no ambiente do futebol com mais respeito, admiração e me colocar junto nesse balaio pra que nossas opiniões e jogadas sejam cada vez mais colocadas em prática.

A mídia esportiva dá pouco espaço ao futebol feminino e quando o faz, geralmente, menciona não tanto os talentos esportivos das atletas, árbitras ou treinadoras mas a sua imagem e o seu comportamento (salvo algumas exceções).

E para ser jogadora aqui no Brasil ??? Não há uma entidade forte que organize o futebol feminino e também não há investimento público nem privado. Nos EUA, o futebol é visto como esporte feminino, enquanto que em 1994 foi o vice-presidente quem entregou a Taça ao capitão da seleção brasileira, Dunga, e em 1996 foi o próprio Bill Clinton quem entregou a Taça pelo mesmo evento, porém feminino. O que não significa que a mulher é bem mais reconhecida lá do que é aqui nos esportes, frente que a mesma não tem vez no futebol americano e no beisebol, dois dos esportes mais difundidos nos EUA (SUGIMOTO, 2003).

Uma atenção especial as mães que lavam os uniformes dos meninos, as irmãs que limpam as chuteiras, as namoradas que preparam os canapés e servem as bebidas, etc. Elas também fazer parte desse mundo futebolístico, mas meu alô mais querido vai as torcedoras que hoje têm um papel sócio-esportivo no mesmo nível dos homens brasileiros e as jogadoras por hoje se colocarem cuma posição mais segura e mais firme dentro de campo e sinceramente : Muitas vezes mais verdadeira e raçuda que muitos marmanjos profissionais , celebridades ...

Enfim, aqui no Brasil o futebol querendo ou não é identidade nacional desse povo, ou seja : Vamos pensar que essa mulheres fazem parte disso e aqui, posso dizer que elas não querem um espaço a ser conquistado , pois o espaço é de todos e elas não estão aqui pra fazer um grande alarde, elas só querem estar no lugar que também é delas, seja dentro ou fora de campo. A idéia é exercitar a liberdade !!!!

Esse texto em particular é uma homenagem as meninas raçudas, boas de bola e cheia de grandes idéias do blog Drible Gol Feminino ! Parabéns, contem com a gente !

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